Uma alimentação saudável combina alimentos variados, de grupos alimentares diferentes e de forma equilibrada. Ela deve suprir as necessidades fisiológicas do organismo, sendo uma fonte de energia essencial ao desenvolvimento e crescimento adequado, além da prevenção de doenças e outros agravos à saúde.
Os hábitos alimentares são construídos desde cedo, assim que o bebê começa a se alimentar após o nascimento. Mas um momento fundamental desse processo corresponde à introdução da alimentação complementar, período em que a criança começa a ser exposta a sabores, texturas e temperaturas diferentes.
Para a criança, iniciar a alimentação complementar corresponde a um mundo novo. Logo, deve ser explorado com cuidado, de modo que essa seja uma experiência prazerosa e confortável!
Mas imagine você, adulto, chegando em um lugar ou país diferente, com alimentos desconhecidos, sabores e texturas novas, é de se esperar que, pelo menos no início, você tenha alguma resistência ou dificuldade em se adaptar, não é mesmo?
Com a criança não é diferente, todas elas passam por um período de adaptação em que um mesmo alimento deve ser oferecido diversas vezes, de formas variadas para que ela tenha a oportunidade de experimentar e definir suas preferências.
Porém, nem sempre se trata apenas de uma adaptação. Muitas crianças podem apresentar dificuldades maiores e persistentes quando o assunto é alimentação. Isso é o que chamamos seletividade alimentar infantil, ou recusa alimentar. Você já ouviu falar?
Sabe aquela história a respeito da criança que só aceita alimentos pastosos ou apenas comidas brancas e amarelas? Esses relatos podem estar relacionados a seletividade ou recusa alimentar, e não é só na infância que elas aparecem, viu? Esse tipo de restrição pode estar presente até a vida adulta se não for tratada adequadamente.
Afinal, o que é seletividade alimentar infantil?
A seletividade alimentar infantil (SA) é caracterizada pelo consumo limitado de alimentos e extrema resistência para experimentar novos sabores. Esse tipo de comportamento resulta em problemas nutricionais, mas pode limitar qualquer atividade social da criança relacionada à alimentação.
Crianças com seletividade alimentar geralmente só aceitam alimentos conhecidos, podendo restringir seu consumo a alimentos de uma marca específica, determinado tamanho, cor, textura e formato.
É comum apresentarem comportamentos de fuga no momento da alimentação, como choro e birra, que persistem além do que é esperado em crianças sem esse tipo de restrição, além de:
- enjoo;
- vômito;
- outras manifestações de recusa que tornam a alimentação um momento pouco prazeroso.
Agora vem um ponto que merece atenção: a seletividade alimentar não passa ou se cura sozinha!
Crianças com seletividade alimentar precisam de tratamento especializado de modo a superar essas dificuldades e ter uma alimentação variada e equilibrada. Então, diante de qualquer dificuldade para se alimentar, buscar uma avaliação de profissionais qualificados é a melhor opção!
Mas qual profissional pode ajudar nesses quadros?
Tudo depende da criança e dimensão das dificuldades apresentadas. O tratamento deve ser individualizado e adaptado a cada caso.
Por essa razão, a equipe é comumente composta por:
- pediatras;
- nutricionistas: trabalha uma dieta equilibrada, respeitando as particularidades da criança e, muitas vezes, complementando aquilo que for necessário para um crescimento saudável;
- fonoaudiólogos: trabalha com as funções orais de modo a entender as preferências da criança, despertar o interesse por outros sabores e organizar o contexto alimentar;
- terapeutas ocupacionais: fundamental para cuidar de questões sensoriais associadas à seletividade alimentar.
Comportamento dos pais e familiares perante a recusa da criança
O momento da refeição envolve, além das habilidades da criança para mastigar e engolir, a dinâmica familiar:
- escolha dos alimentos;
- forma de preparo e oferta;
- posicionamento da criança;
- exemplo dado pelas pessoas próximas;
- série de distrações que podem ser usadas nesse momento.
Por isso, o tratamento da seletividade alimentar envolve compreender todos os fatores envolvidos em cada caso. Por exemplo, pode ser fundamental que a família faça as refeições junto à criança para auxiliar no processo de alimentação.
Fazer com que os pais compreendam e saibam como se comportar diante da recusa, além de instrumentalizar os familiares, de modo a continuar em casa o trabalho iniciado no consultório, pode garantir o sucesso da intervenção.
Meios criativos de oferecer o alimento
Quando o assunto é levar a criança a aceitar novos alimentos, o profissional usará meios criativos para incentivá-la experimentar e tentar novos sabores. Por exemplo, por que não começar a se aproximar da cenoura no bolo? Assim teremos diversas possibilidades, sempre respeitando a criança.
Os resultados desse trabalho são surpreendentes, assim como as mudanças que eles provocam na criança e família.
Diante de qualquer dificuldade alimentar, procure um profissional especializado que possa diagnosticar e intervir. Quanto antes esse trabalho for iniciado, melhores serão os resultados!
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